Emergência respiratória no RS acende alerta; Hospital São João Bosco monitora casos, mas situação local é estável
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Hospital São João Bosco, de São Marcos, acompanha evolução dos casos e mantém situação sob controle, enquanto o Estado enfrenta superlotação e baixa adesão à vacina contra a gripe
O avanço das doenças respiratórias em todo o Rio Grande do Sul tem pressionado o sistema de saúde e gerado preocupação em diversos municípios, inclusive em São Marcos. A situação, que já levou o Governo do Estado e a Prefeitura de Porto Alegre a decretarem emergência em saúde pública, reflete o colapso vivenciado por hospitais da capital e de outras regiões, que operam com taxas de ocupação acima dos 300%.
Em meio a este cenário crítico, o Hospital São João Bosco, de São Marcos, confirma que está colaborando com o Governo do Estado no monitoramento diário dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Através de um painel estadual, a instituição atualiza, em tempo real, a ocupação dos leitos voltados para pacientes com sintomas gripais.
Segundo relato de Aline Brochetto, secretária administrativa do hospital, a medida é fundamental para que o Estado tenha controle da capacidade de atendimento em cada município. “Se eventualmente faltar leito em outros hospitais, pacientes podem ser deslocados para São Marcos. Inclusive, já fomos acionados pela Unimed, que também monitora a situação, se colocando à disposição para, caso precise, transferir pacientes para cá”, explica Aline.
Apesar do número elevado de casos de gripe registrados na cidade, a situação nas internações é considerada tranquila até o momento, conforme a direção do hospital. No entanto, há preocupação constante com o agravamento que pode ocorrer nas próximas semanas, especialmente com a chegada do inverno.
Baixa vacinação agrava o cenário
O alerta também se estende à baixa adesão da população à campanha de vacinação contra a gripe. Dados do próprio Estado indicam que, até o dia 15 de maio, apenas 28,5% dos grupos prioritários — como crianças, idosos e gestantes — haviam se vacinado no Rio Grande do Sul. O índice está muito abaixo da meta de 90%, o que preocupa especialistas.
Em artigo publicado esta semana, o presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), Dr. Gerson Junqueira Jr., afirma que o Estado vive um dos momentos mais críticos na saúde pública dos últimos anos. Ele defende que, além das medidas emergenciais, é fundamental intensificar campanhas educativas e ampliar o acesso à vacinação.
“O problema se repete todos os anos, mas tem se antecipado e se intensificado. A vacinação é essencial não apenas para proteger o indivíduo, mas também para frear a circulação do vírus e aliviar a pressão sobre os hospitais”, escreveu o médico.
Secretaria Municipal de Saúde não respondeu
A reportagem do São Marcos Online buscou, nos últimos dias, contato com a Secretaria Municipal de Saúde de São Marcos, através de sua assessoria de imprensa, em busca de dados atualizados sobre o número de casos no município e eventuais medidas locais. Até o fechamento desta edição, não houve retorno com informações oficiais sobre número de casos nem dados solicitados sobre a vacinação no município.
Atenção e cuidados redobrados
Enquanto a rede pública e privada do Estado se mobiliza para enfrentar este pico de doenças respiratórias, o Hospital São João Bosco segue monitorando os dados junto ao painel estadual, colaborando para evitar colapsos no sistema.
A população de São Marcos é orientada a manter os cuidados básicos, como evitar locais fechados e aglomerações, usar máscara em caso de sintomas gripais, higienizar frequentemente as mãos e, principalmente, atualizar a vacinação contra a gripe, que segue disponível nas unidades de saúde.
Atualizado em 23/05/2025 às 10:05, por .